quinta-feira, 26 de abril de 2012

Taxas menores em nome da casa própria

Aproveitando a proximidade do Feirão da Casa Própria, que será realizado entre os dias 4 e 6 de maio no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, a Caixa Econômica Federal lançou ontem um pacote de redução de juros do crédito imobiliário que entrará em vigor justamente no primeiro dia do evento. Embora as reduções de até 21% tenham ficado aquém das expectativas do setor, elas devem cumprir o papel de aumentar o acesso ao crédito e aquecer o mercado. Para aproveitar os novos juros, porém, a regra de ouro é pechinchar e pesquisar.

“O pacote tem mais propaganda do que benefícios, mas é positivo para o consumidor. Como os financiamentos imobiliários são feitos com prazos muito longos, uma diminuição pequena nas parcelas, como a redução de 10% para 9% ao ano na taxa de juros para imóveis de até R$ 500 mil, significa a economia de uma boa quantia de dinheiro ao fim de 20 anos, por exemplo”, explica o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Leandro Pacífico. 

Para quem é cliente do banco, a taxa desce para 7,9% anuais. Em uma simulação simples, todo cliente que pedir um financiamento de R$ 200 mil economizará por volta de R$ 1,8 mil nas prestações do primeiro ano. Em um contrato de 20 anos, a economia pode chegar a quase R$ 20 mil. Para o presidente da ABMH, esses valores podem se transformar em uma moeda de negociação dentro dos feirões - em todo o Brasil, serão ofertados 430 mil imóveis. “O ideal é que os consumidores façam orçamentos com os novos juros e, com esse material, percorram os outros estandes de bancos e construtoras que estarão no evento, tentando encontrar quem pode cobrir os valores da Caixa”, detalha Pacífico.

Décio Esturba, presidente da Associação Nacional dos Mutuários e Moradores (ANMM), concorda. “Antes de fechar negócio é preciso que o consumidor tenha, no mínimo, três orçamentos em mãos.” Segundo ele, a redução anunciada ontem é apenas o primeiro passo para que o sistema financeiro brasileiro pratique taxas honestas. “Os juros do crédito imobiliário, principalmente quando falamos da Caixa, deveria ser por volta de 4%. Se o recurso usado é do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), e o juros que o trabalhador ganhar com esse fundo é de, no máximo, 4% ao ano, então porque cobrar o dobro quando esse mesmo trabalhador precisa usar recursos do fundo?” 

O questionamento de Esturba é pertinente, uma vez que as taxas cobradas dentro do FGTS foram as que tiveram menor redução. A taxa máxima para quem usar o fundo vai cair dos atuais 8,4% para 7,9% ao ano. E diminui para 7,4% se o cliente for também cotista do fundo, inclusive para os financiamentos enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida, na faixa de renda acima de R$ 3,1 mil. 

A Caixa Econômica Federal estima que o total de empréstimos contratados para aquisição da casa própria alcance neste ano entre R$ 90 bilhões e R$ 96 bilhões. Confirmado, será o maior volume de crédito imobiliário em uma década, pelo menos R$ 10 bilhões acima do ano passado e 18 vezes maior que o volume obtido em 2003.


 

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