Professor Michael Watkins, do IMD, afirma que mesmo no comando de grandes empresas, muitos executivos ainda falham em questões estratégicas e diplomáticas.
São Paulo – Com duas décadas de experiência junto a líderes de grandes empresas públicas e privadas, Michael Watkins, professor do IMD, afirma ter achado “ muito interessante” sua passagem pelo Brasil na última semana. Na visita, o professor deu palestras em empresas como Vale e Nestlè com o tema “Tornando-se um líder empresarial: as 7 mudanças sísmicas".
O professor elogiou os líderes que conheceu por aqui. “Os gestores tem um pensamento bastante sofisticado”, afirma. Watkins menciona o ambiente burocrático como um elemento estimulante para essa sofisticação. “Há uma estrutura bastante desafiadora no Brasil, o que torna a experiência de gestão no Brasil mais provocativa”, diz. “Há muitas companhias no mundo de olho no que o Brasil vem fazendo e nos resultados que estão apresentando.”
Suas observações indicam que o principal desafio para os executivos está em assumir uma posição clara de estrategista e um comportamento diplomático. Confira as 7 sugestões básicas do professor Michael Watkins para a gestão de empresas.
1 De especialista para generalista
Para Watkins, é fundamental que o líder transite entre todos os setores da empresa com a mesma propriedade que tem em sua própria área de atuação. “Cada setor tem sua linguagem e suas ferramentas. É como uma subcultura que deverá ser compreendida”, diz.
2 De analista técnico para um integrador de operações
A empresa é um organismo vivo, por isso, o professor defende que o líder tenha um papel muito mais integrador que técnico. “Gerir é saber fazer trocas entre os vários negócios e setores da empresas, mantendo o funcionamento eficiente e equilibrado entre todos eles.”
3 De tático para estrategista
Acompanhar o dia-a-dia da empresa é fundamental, no entanto, o principal papel do executivo está na estratégia e não na operação. “Ele precisa ter a mente voltada para a posição estratégica da empresa, mas não pode deixar de acompanhar a parte tática.” Uma das principais habilidades é a capacidade de antever os movimentos de mercado.
“O gestor reconhece padrões e identifica oportunidades em cenários complexos, tem uma grande capacidade de síntese e de imaginar futuros possíveis para os negócios”, afirma o professor do IMD.
4 De pedreiro a arquiteto
No mesmo sentido, é mais importante que o gestor esteja empenhado em construir o “design” do negócio, deixando para as equipes técnicas a função de instrumentalizar a empresa para que a operação aconteça no formato imaginado. “A alta liderança é responsável por equalizar os objetivos da empresa ao modelo de transformação que propõe”, diz.
5 De solucionador de problemas para elaborador de agendas
Apagar incêndio definitivamente não é função dos gestores, na opinião de Watkins. Resolver problemas operacionais toma tempo e tira a concentração do principal alvo, que é a observação de um cenário mais amplo e estratégico. “O gestor tem a preocupação de alinhar as diretrizes entre a empesa e o mercado.”
6 De guerreiro a diplomata
A delicada posição de liderança tira das mãos do gestor as armas de quem está à frente do combate diário. “Na cabeceira de uma empresa, a realidade se transforma e as relações passam a ter um perfil muito mais político, seja com os clientes, dentro da empresa ou entre os pares.”
7 De suporte para liderança
O papel inspirador do líder deve, sempre, ser trabalhado dentro da gestão da companhia. Aos olhos de Watkins, ele não deve ser visto apenas com os olhares técnicos de quem comanda as operações. “Você tem de estar ao lado das pessoas, ajudando a criar a história da sua empresa e fazendo parte da história da equipe”, afirma. Watkins ainda ressalta: “é o líder que estabiliza a empresa em momentos de crise, por isso, deve ser sempre um ponto de referência”.
Fonte: Exame.com
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