Várias indústrias já aderiram ao projeto Indústria do Conhecimento, que ajuda a elevar o grau de qualificação dos trabalhadores
Machado de Assis, Platão e até Harry Potter estão presentes na linha de produção e nos escritórios de empresas pernambucanas. Desde 2009, crescem as adesões a um programa do Serviço Social da Indústria no Estado (Sesi-PE), cujo objetivo é difundir a leitura e elevar o grau de qualificação dos trabalhadores do setor.
O projeto Indústria do Conhecimento começa com a construção de uma biblioteca com acervo de mais de 1.000 livros, jornais e computadores. Depois de erguida, a unidade passa a funcionar dentro da fábrica e beneficia funcionários de todos os níveis, seus dependentes, comunidades e escolas públicas próximas.
No Estado participam a Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte e a Fibrasa Nordeste S.A., em Paulista, a Alcoa, em Itapissuma, e a Rota do Mar, em Santa Cruz do Capibaribe. As empresas cedem o terreno e se responsabilizam por gerir o espaço.
Os locais oferecem aos trabalhadores cursos gratuitos de informática básica, além de se tornarem espaço para contato com livros de filosofia, sociologia, literatura (de clássico brasileiros a ficção internacional), matemática, física, administração, marketing e enciclopédias, dentre outros.
O gerente de recursos humanos da Raymundo da Fonte, Mário Barros, comenta que a iniciativa tem trazido uma série de ganhos para a empresa desde o final de 2009, quando foi implantada. Com o acesso ao material, alguns empregados têm conseguido galgar degraus dentro da empresa. É que o Plano de Cargos e Carreiras da indústria é diretamente ligado à melhora na qualificação dos trabalhadores. “Sem contar que há um ganho de motivação dos funcionários com a melhora na qualidade de vida no ambiente do trabalho”, acrescenta.
Barros lembra ainda que oito filhos de trabalhadores conseguiram uma vaga no mercado de trabalho depois de terem aulas de informática no local. A frequência no espaço é diversificada, atraindo desde os empregados do setor administrativo até os do chão de fábrica.
O investimento do Sesi-PE em um módulo gira em torno de R$ 300 mil. Para participarem, empresas interessadas devem entrar em contato com a sede da entidade (através do telefone 3413-8347).
O programa, implantado em todo País, foi formulado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) em 2006, após uma pesquisa da Câmara Brasileira do Livro revelar que 61% dos trabalhadores não tinham o hábito de ler. “As empresas se tornam parceiras do Sesi e nós equipamos todo o espaço. O acervo varia de acordo com a localidade.
Em Santa Cruz do Capibaribe, por exemplo, levamos livros de moda, pelo fato de a região ter a vocação para as confecções. Em outros 12 municípios nossas parcerias são com as prefeituras, que cederam o espaço”, conta a analista de projetos Simone Sodré.
Fonte: Jornal do Commércio
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