segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

EMPREENDEDORISMO NA TERCEIRA IDADE

O cenário

A população brasileira na terceira idade perfaz aproximadamente 19 milhões de pessoas.

A cada ano nossa população vai ficando mais velha. Já nascem menos pessoas que as que morrem! Este contingente de pessoas será de aproximadamente 30 milhões na projeção para 2025. Desta forma caminhamos para ocupar o 6º lugar no ranking dos países com maior número de idosos.

O censo de 2010 demonstrou que, nessa faixa etária, sete em cada 10 lares possuem renda per capita superior a 2 salários mínimos, o que mostra significativo avanço econômico.

Além disso, projeções econômicas apontam para um potencial de consumo da ordem de 150 bilhões de reais por ano.

Os avanços sociais, científicos e culturais elevam os 72 anos atuais de vida média para 75 anos em 2020. Isso representará uma sobrevida 50% maior que tinham ao nascerem!

Tudo aponta para uma velhice digna no Brasil do amanhã, e mais ainda, financeiramente interessante ao mercado de consumo e até mesmo carecendo de negócios específicos.

O empreendedorismo

O Relatório GEM ( Global Enterpreneurship Monitor) 2011 avalia em 21,1 milhões de pessoas o número de empreendedores (17,1% da população) no Brasil de 2010, e estima-se em 3,1% a representação dos empreendedores na faixa dos 60 anos.

Inferimos então que hoje são mais de 650.000 o número de empreendedores na terceira idade, tendendo a aumentar em função das melhores condições econômicas do país e da melhoria nos conhecimentos em gestão que vêm reduzindo a mortalidade dos negócios.

Desta forma o grupamento etário intitulado “melhor idade” se apresenta interessante tanto quanto a sua disponibilidade para consumo quanto por suas características para empreender.

Os segmentos

Notadamente os segmentos de meios de hospedagens, alimentação, comércio varejista em geral, bem como em assessorias e consultorias são mais facilmente identificados os empreendedores mais “maduros”. Estas atividades acabam unindo conhecimento e experiências acumuladas a relacionamentos pessoais e profissionais facilitados.

Em verdade empreender nessa idade passa a ser uma necessidade frente às condições de mercado que fazem substituições nos quadros funcionais. Muitas empresas preferem profissionais mais novos e energizados aos mais experientes. É o eterno duelo juventude x experiência.

Além de empreender por necessidade, é o momento onde há tranqüilidade, conhecimento e mais segurança para ousar fazer aquilo que se sabe e que se gosta, frente a uma oportunidade percebida.

O próprio relatório GEM afirma que hoje no Brasil dois novos negócios são gerados por oportunidade para cada negócio gerado por necessidade!

O planejamento

O que promove o sucesso de qualquer novo negócio relaciona-se às características empreendedoras de quem está à frente do empreendimento e, mais ainda, de um elaborado planejamento prévio.

1. Coloque suas idéias no papel

O compromisso formal do empreendedor com o negócio é fundamental para o sucesso.É importante que ele defina o planejamento como um documento operacional, no qual descreve o que pretende e como vai chegar lá, com prazos para cumprir, assim como o investimento necessário para executar,

2. Dê um passo de cada vez

Para realizar um bom planejamento, é preciso seguir algumas etapas. O empreendedor deve avaliar a oportunidade que pretende aproveitar, com olhar financeiro do investimento, lucro e prazo de retorno. Também calcular os recursos, financeiros e humanos, necessários para por o plano em prática.

3. Defina prazos

Não basta definir quais são as tarefas que devem ser executadas – é importante determinar prazos para cada uma delas no plano. Estabeleça prioridades, defina procedimentos, faça uma coisa de cada vez. Falta de objetivos claros e reuniões desnecessárias são alguns dos mais famosos desperdiçadores de tempo.

4. Faça um monitoramento constante dos planos

O planejamento não pode ser estático; ele não é feito para ficar guardado em um arquivo no computador. Ele deve ser validado, de tempos em tempos, pelos resultados que vai oferecendo. Caso os cenários e as condições mudem, os planos devem acompanhar a mudança.

5. Seja claro e objetivo

A linguagem de um planejamento deve ser clara o suficiente para que qualquer um entenda, mesmo que você não pretenda dividi-lo com ninguém. Ainda que não tenha um sócio, discuta suas idéias com outras pessoas antes de arriscar tudo. Enxergue novas visões!

6. Fique atento às ameaças

Um planejamento ruim pode colocar a empresa em risco, especialmente em situações de crise. Quando o momento econômico é de crescimento, um planejamento incorreto pode até mesmo ser encoberto por condições favoráveis. Entretanto, quando os mercados se tornam mais competitivos e restritivos, um planejamento incorreto pode colocar em risco recursos financeiros preciosos, e até mesmo levar ao fim das atividades da empresa.

7. Tenha sempre um plano B

Evite apostar tudo em uma única estratégia. Tenha sempre na manga medidas para conter eventuais imprevistos, que podem comprometer o objetivo final. Uma dica é nunca consumir todo capital disponível (dinheiro, tempo e recurso) para apostar numa nova idéia.

Os riscos

Seja jovem ou idoso, sempre há risco quando buscamos nosso próprio caminho empreendedor! O maior de todos os riscos é não conseguir lucrar com as vendas realizadas e isso envolve alguns fatores:
Não acertar na escolha da solução a ser oferecida ao público alvo
Não adequar sua solução a um preço justo com o mercado
Não viabilizar um volume adequado de comercialização
Não cuidar da qualidade, produtividade e inovação desde o começo
Não garantir a sustentabilidade da operação pelo combate aos desperdícios.

Conclusão

Tudo indica que o espírito empreendedor tem a força da juventude e se o envelhecimento nos deixa menos ousados, por outro lado oferece a sensatez e a experiência necessárias para aproveitar as boas oportunidades nesta borbulhante economia brasileira.

Planejar, avaliar e por em prática nunca terá como prerrogativa a idade, mas sim o conhecimento. Este é um novo Brasil onde há bom espaço para novos “velhos” empreendedores!

Fonte: Mundo Sebrae

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