sexta-feira, 5 de julho de 2013

Curso de idioma pode ser essencial para currículo

Ter uma segunda língua pode ser o diferencial do profissional, seja qual for sua área de atuação. E com a redução dos valores e aulas na internet, o "up grade" ficou mais acessível

Sandra Pires pensou em mandar a filha para a Inglaterra, mas resolveu matriculá-la em um programa local de High School. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press


Inglês, francês, espanhol, alemão ou mandarim. Não importa. Ter um curso de idiomas no currículo é um diferencial para qualquer profissional que esteja em busca de uma vaga no mercado de trabalho, ou para aqueles que desejam se aperfeiçoar. Das aulas gratuitas na internet aos programas de intercâmbio, as formas de aprender uma nova língua são muitas. Mas quanto será que custa todo esse investimento?

Mensalidades sofreram redução média de 15%, diz Aluísio Gondim. Foto:Alcione Ferreira/DP/D.A Press
Mensalidades sofreram redução média de 15%, diz Aluísio Gondim. Foto:Alcione Ferreira/DP/D.A Press
Para o economista e coordenador do curso de administração da Faculdade Guararapes, Aluísio Gondim, ter uma segunda língua está mais acessível para os brasileiros. “A facilidade trazida pela internet e a melhoria das condições econômicas fizeram com que uma parcela maior de pessoas investissem nesses cursos”, diz.  A redução dos custos é outro fator que contribui para o acesso. Segundo Aluísio, as mensalidades sofreram uma redução média de 15% na última década, em relação ao poder de compra das pessoas.

Hoje, há opções para todos os gostos e bolsos. Se por um lado há pessoas que aproveitam os cursos gratuitos na internet, outras preferem desembolsar altas quantias por um período de intercâmbio fora do Brasil. De acordo com a supervisora da agência de intercâmbio Experimento, da Associação Brasil América (ABA), Marília Watts, os interessados em passar um mês no Canadá, por exemplo, investem entre R$ 8 mil e R$ 10 mil. “Esse é o valor médio, mas para alguns destinos, como Estados Unidos ou Inglaterra, é preciso desembolsar, em média, R$ 2 mil a mais”, explica.

As facilidades de pagamento são outros atrativos. De acordo com Marília, é possível dividir os custos no cartão ou financiá-los em até 24 vezes. “A procura, todos os anos, tem aumentado. Isso é bom porque vai desmistificando a ideia de que ter uma segunda língua custa muito caro”, opina. Segundo ela, o perfil mais comum de clientes são jovens entre 18 e 25 anos. “No entanto, há uma procura grande por pessoas com faixa etária maior. Fazer um curso de idiomas não é importante somente para os jovens”, ressalta.

Os cursos de inglês presenciais continuam sendo a alternativa mais procurada pelos interessados. No Senac Pernambuco, por exemplo, são registradas cerca de 3,8 mil novas matrículas a cada semestre. Para a gestora do Centro de Idiomas do Senac, Mauricéia Oliveira, houve uma mudança no público que investe nesse tipo de serviço. “Se antes era caro, hoje é bem mais acessível ter aulas de inglês. O nosso público, por exemplo, é formado por pessoas de todas as classes sociais”, diz. No Senac, há turmas regulares, que assistem aulas todos os dias, de segunda a sexta-feira, e uma turma aos sábados. O investimento, para as turmas diárias, por semestre, é de R$ 1.110 (que pode ser dividido em cinco parcelas de R$ 222). Para as turmas do sábado, são cinco parcelas de R$ 158 (ou R$ 790 por semestre).

Ainda há a opção do professor particular. Segundo Aluísio, o custo de manter um professor exclusivo durante cinco dias da semana é 30% maior se comparado a um curso de inglês tradicional (com dois encontros semanais). “O que compensa, nesse caso, além da frequência das aulas, é que o plano de ensino será elaborado de maneira personalizada”, conclui.


Qualidade de ensino internacional sem sair do país

Outra alternativa para quem quer ter um segundo idioma são os chamados programas de High School. Neles, o aluno cursa um semestre ou um ano letivo do ensino médio fora do país. Hoje, é possível estudar em escolas de diversos países, como Canadá, Austrália, Estados Unidos, entre outros. O investimento é alto: a partir de R$ 20 mil (por semestre). 

No Recife, os estudantes do Colégio Santa Maria, em Boa Viagem, podem fazer o programa de High School sem sair do país. No fim do ano passado, o colégio fez um acordo com o governo canadense e, desde o início do ano, oferece aulas diferenciadas para os alunos. “Fomos escolhidos entre todos os colégios da América Latina para fazer parte desse projeto”, diz a diretora da instituição, Rosa Amélia Muniz. O programa consiste em quatro aulas por semana, sempre à tarde, com duração de três horas, com professores nativos do Canadá.

“Os alunos têm a oportunidade de fazer o mesmo programa que fariam lá com um investimento muito menor”, ressalta Rosa. Por mês, os interessados desembolsam R$ 1,4 mil para participar do High School (mais a mensalidade do colégio). Ao final do curso (que dura dois anos, no total), os alunos recebem os mesmos certificados que os estudantes canadenses, e poderão ingressar em universidades do Canadá. 

Toda essa facilidade atraiu a atenção da advogada Sandra Pires, 43, que decidiu matricular a filha, Clara Barbosa, 14, no programa de High School. “Estávamos pensando em mandá-la para o exterior e fazer o programa na Inglaterra, mas depois de conhecer um pouco mais o projeto, preferi matriculá-la aqui”, lembra. Apesar de não ter feito pesquisa de preços para comparar o quanto economizou, Sandra acredita que vários custos foram eliminados. “Não precisei pagar as passagens de avião, nem a hospedagem e todos os gastos relacionados”, diz. 

Para Sandra, investir numa segunda língua ainda pode pesar para a grande parte das famílias. “No entanto, isso não pode ser desculpa para aprender um novo idioma. Existem formas gratuitas de se aprender, com os recursos oferecidos pela internet”, conta. Ela investe em cursos de idiomas para as filhas desde que elas eram crianças, e não se arrepende. “É um investimento financeiro que vale muito a pena e traz retorno”, finaliza.

Fonte: Diario de Pernambuco

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