segunda-feira, 22 de abril de 2013

O preço de se manter uma vida saudável

Dietas, exercícios e alimentação diferenciada são apostas para manter o corpo em perfeita sintonia. Mas o preço desses esforços, muitas vezes, é alto.

Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press (Há oito anos, Andrea Cantarelli intensificou seus cuidados com a saúde. A alimentação dos dois filhos é seguida à risca)

Nos últimos anos, têm-se observado uma maior preocupação das pessoas no investimento de uma melhor qualidade de vida através de hábitos mais saudáveis. Elas apostam em dietas, exercícios físicos e alimentos diferenciados para manter o corpo em perfeita sintonia. Além do esforço físico, da paciência e da disciplina, é preciso estar atento também às finanças. Afinal de contas, manter práticas saudáveis gera um impacto imediato no orçamento. E você, sabe qual o custo de praticar atividades mais benéficas à saúde?

A alimentação é o principal item que deve ser observado. “É preciso que as pessoas saibam dividir bem as contas. O ideal é que até 40% do orçamento sejam destinados a gastos com alimentos”, orienta a professora Fátima Macena, do curso de economia doméstica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os produtos sem adição de açúcar ou gorduras, além dos itens integrais (como o arroz ou o pão) que estão entre os mais consumidos, são, em média, 15% mais caros que os tradicionais, segundo Fátima.

"O ideal é que até 40% do orçamento sejam destinados a gastos com alimentos", diz Fátima Macena. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
“No entanto, o que as pessoas devem levar em consideração é a qualidade do insumo e os benefícios a longo prazo”, pondera a professora. Alimentos de melhor qualidade e mais saudáveis reduzem bastante os gastos com medicamentos, consultas e exames no futuro. “Já que as despesas com saúde são bem mais caras, vale a pena investir numa dieta de qualidade, por mais que ela seja um pouco mais onerosa”, aconselha.

Foi o que fez a fisioterapeuta Andrea Cantarelli, 37. Há oito anos, ela intensificou seus hábitos saudáveis, investindo em alimentação e exercícios físicos. “Na minha casa não entra açúcar refinado. Eu compro um adoçante natural, indicado pelo nutricionista”, diz. Além disso, ela investe também em produtos como leite desnatado, arroz integral, sorvete sem gordura, frutas orgânicas, entre outros. Somados, os itens encarecem as despesas mensais da fisioterapeuta, que são de aproximadamente R$ 1,5 mil. “Cerca de 40% vão para despesas com alimentação”, informa.

“O que pesa mais são os produtos industrializados sem açúcar e sem gordura”, diz. Mãe de dois filhos, Andrea também investe em uma vida mais saudável para eles. “Meus filhos consomem um achocolatado diferente, com 70% de cacau. O preço da lata fica em torno de R$ 17”, revela. Além disso, a fisioterapeuta também investe em aulas de capoeira, pilates e ainda participa de um grupo de corrida, que, somadas, custam R$ 310 por mês. “Todo o investimento vale muito a pena”, declara.

Assim como Andrea, quem quer manter uma vida saudável tem que praticar atividades físicas. E as opções são muitas. “Há algum tempo estamos percebendo a alta demanda das pessoas nos exercícios”, informa o personal trainer Rafael Fragoso. Segundo ele, atividades como natação, corrida, musculação sempre têm um público cativo. “Percebemos também a forte procura por aulas de pilates e os treinamentos funcionais”, acrescenta.

Algumas academias do Recife ofecerem planos de mensalidade de acordo com o horário e com o tempo de permanência no espaço. Os pacotes dão direito aos alunos de participarem de todas as atividades oferecidas pelas empresas. Na Hi-Academia, por exemplo, o plano anual custa R$ 129 por mês (mais uma taxa de adesão de R$ 100). Por esse preço, os alunos poderão utilizar toda infraestrutura do espaço das 5h às 23h. No horário reduzido (das 9h às 16h e das 21h às 23h), o valor cai para R$ 109 mensais.

O plano anual na R2 de Boa Viagem sai por 12 parcelas de R$ 320 mais a matrícula (R$ 100). Ainda há pacotes semestrais (que, dependendo do horário, custam R$ 350, R$ 284 ou R$ 256) e mensais (R$ 400, R$ 330 ou R$ 321), além de um plano específico para estudantes (R$ 160).


Redes varejistas investem 

A procura por alimentos saudáveis têm crescido tanto, que vários supermercados começaram a criar seções exclusivas para atender à demanda. Nas unidades da rede Pão de Açúcar, por exemplo, há espaços exclusivos para produtos orgânicos. “Hoje, temos 800 itens cadastrados em todas as nossas lojas no país”, informa a gerente comercial de orgânicos do Pão de Açúcar, Sandra Sabóia.

“Os produtos mais procurados são o tomate, alface, cenoura, azeite, café, entre outros”, enumera. Apesar do preço ser um pouco maior, Sandra afirma que em várias categorias os valores são equivalentes, e até menores. “Trabalhamos fortemente com nossos fornecedores. Hoje, é possível ter uma alimentação saudável sem pesar tanto no bolso”, diz. Por ano, as vendas de orgânicos crescem cerca de 30%. “A nossa meta para 2013 é ter um crescimento de 40%”, estima Sandra.

A rede Walmart (detentora das marcas Bompreço e Hiper Bompreço) possui uma linha própria, denominada “Sentir Bem”. São 300 produtos saudáveis, como itens sem açúcar ou sem gordura, além dos alimentos integrais. “Desses, 80 são orgânicos, como geléias, chás, biscoitos, entre outros”, explica o diretor de marcas próprias do Walmart Brasil, Antônio Sá. No ano passado, a linha de orgânicos de mercearia seca (bolachas, biscoitos e afins) obteve um crescimento de 10%.

Especializada em produtos naturais, a rede Mundo Verde também comemora o crescimento da demanda. “As vendas de alimentos correspondem a 30% do total que comercializamos em todo o Nordeste”, informa o diretor financeiro da rede, Mafaldo Bezerra. Para ele, o aumento da expectativa de vida e o acesso à informação estão impulsionando o mercado de produtos naturais. “Esperamos um crescimento de 16% em Pernambuco para 2013”, estima.

Fonte: Diario de Pernambuco

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