Empresária paulista patenteou o produto e hoje recebe encomendas até do exterior
Salão de beleza: a paulista Gislaine Marcandali teve a ideia de criar um lavatório portátil, a fim de facilitar o seu trabalho na casa das clientes
Entre tesouras, xampus e penteados, Gislaine Marcandali construiu uma sólida carreira no setor de beleza em São Paulo. E o amor à profissão começou ainda na adolescência. Assim que terminou o Ensino Médio, decidiu que faria curso paracabeleireira.
Aos 19 anos, já estava com o diploma do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) nas mãos. Depois de muita dedicação, seu trabalho foi reconhecido no Prêmio Sebrae Mulher de Negócio, na categoria Empreendedora Individual.
Gislaine trabalhou como funcionária em diversos salões paulistas. Em 1986, abriu o próprio estabelecimento, mas o período coincidiu com o nascimento dos filhos. “Com as crianças pequenas, minha rotina foi ficando difícil. O salão me prendia muito”, lembra. Ela resolveu fechar a empresa e trabalhar a domicílio.
Mesmo com a rotina complicada, contava com horários mais flexíveis. “As clientes tinham que lavar os próprios cabelos em tanque ou chuveiro, e os resíduos acabavam impregnados nos fios”, recorda-se. Na época, a profissional tinha duas clientes por dia e o faturamento mensal chegava a R$ 2 mil. “Nunca ganhei tanto dinheiro como cabeleireira”.
Até que a paulista teve a ideia de criar um lavatório portátil, a fim de facilitar o seu trabalho na casa das clientes. Em 2007, Gislaine procurou o Sebrae que, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Tecnologia (IPT), criou o primeiro lavatório portátil de fibra de vidro. “Patenteei minha ideia e comecei a produção”, revela. Ela diz que resolveu deixar o dia a dia de cabeleireira para se dedicar à nova empresa.
Em 2009, inaugurou a Dublê, especializada na venda e aluguel de lavatórios. Com capacidade para 42 litros de água, o lavatório tem design arrojado e inovador. É bivolt e pesa apenas 20 quilos. A locomoção é feita com rodinhas e não é preciso nenhuma instalação hidráulica. Basta ligar na tomada e,em aEm pouco tempo, foi convidada a participar da Feira HairBrazil, que tem o apoio do Sebrae. Levou três lavatórios portáteis e foi um sucesso. “Fiquei surpresa com a aceitação do produto. Várias indústrias de cosméticos me procuraram”, diz. O modelo mais barato custava R$ 1.350. Hoje, o faturamento mensal gira em torno de R$ 20 mil.
A empresária ainda teve alguns obstáculos para traçar a bem-sucedida carreira no mundo empresarial. A fibra de vidro, a matéria-prima que dava forma aos lavatórios, começou a dar problemas. “Era uma dor de cabeça. Os clientes reclamavam muito porque a fibra soltava um resíduo que, com o tempo, estragava o equipamento”, afirma.
Há um ano e meio, a empresária trocou a fibra de vidro pelo inox escovado. Outra mudança é que o circuito elétrico não é mais integrado, ou seja, é independente – caso aconteça alguma danificação pode ser reposto pelo Correios. “Mais uma vez, privilegiei a inovação. O inox entra na cadeia de reaproveitamento no processo de produção e contribui para a preservação do meio ambiente”, ressalta.
A produção fica em torno de 20 lavatórios por mês. A empresa de Gislaine está no caminho certo. Ela recebe encomendas de todos os estados brasileiros e até do exterior, a exemplo de países como México, Estados Unidos e Portugal. Hoje, o modelo mais barato custa R$ 2.350 e o mais luxuoso sai por R$ 2.980.
Fonte: Exame.com
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