MOTO - SOLUÇÃO OU PROBLEMA?
Todos os dias vemos nos noticiários acidentes envolvendo motocicletas.
Elas estão em toda parte e saem de onde menos se espera. Os motoqueiros mais ousados ou experientes se arriscam a passar em qualquer imprensado, como se as motos fossem confeccionadas de material flexível.
Por que eles têm tanta pressa?
Se em cima de uma moto o motorista está tão exposto e desprotegido, ele não deveria ser muito mais cauteloso e paciente? Seria o lógico.
Na verdade, diante de um trânsito cada vez mais tumultuado a moto passou a ser a melhor alternativa: pegar um moto taxista ficou mais barato, mais cômodo e mais rápido do que pagar mais caro por um táxi, do que esperar para pegar um ônibus lotado ou do que enfrentar o forte sol de uma caminhada a pé.
Com vários tipos e modelos, consórcios e financiamentos, as prestações cabem em qualquer bolso. Com incentivos de redução de IPI que o Governo andou dando, então, elas se tornaram uma "praga".
Por conta dessa proliferação, os acidentes envolvendo motos crescem de uma forma absurda. Quando não faz vítimas fatais, deixa seqüelas pelo resto da vida. O próprio SUS amarga as despesas e a lotação dos hospitais de tantos acidentes; sobrecarregando também a Previdência com o pagamento de auxílios e de benefícios.
Nem mesmo o bafômetro está sendo capaz de inibir esses números de forma significativa.
Faltam ações por parte dos governos para investir na melhoria do transporte público.
Falta rigidez por parte do DETRAN tanto nas etapas de formação do condutor de moto quanto na fiscalização nas ruas.
Na minha opinião, motoqueiro deveria ter, no mínimo, 6 meses de lições nas auto escolas, com ênfase em direção defensiva; e ficar 2 anos com uma habilitação provisória, para só aí, depois desse prazo, poder retirar a definitiva, caso não tivesse cometido nenhuma infração grave.
As motos teriam tudo para ser uma solução, mas, diante do seu mau uso acabaram gerando uma grande dor de cabeça.
Rosângela Martins
Secretária Geral da ACIAV
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