INSS adianta 13º de aposentados

Correio Braziliense

Decreto publicado pelo governo determina prioridade para quem recebe um salário mínimo. Crédito começa neste mês

O governo vai antecipar o pagamento de metade do 13º de aposentados e pensionistas que recebem pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os recursos serão depositados na conta bancária informada por esses beneficiários ao órgão entre o fim de agosto e o início de setembro, conforme programação divulgada ontem em um decreto presidencial publicado em edição extra do Diário Oficial da União.

O pagamento será equivalente a 50% do valor da parcela que seria paga normalmente em agosto, fazendo com que o benefício do mês totalize uma vez e meia o montante que inicialmente já seria pago. Com esse reforço da Previdência, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff espera injetar até R$ 10 bilhões no consumo, uma estratégia que, segundo acreditam assessores próximos à presidente, poderá revigorar o ainda cambaleante Produto Interno Bruto (PIB) e levar o gasto das famílias a retomar o papel de destaque no desempenho econômico do país.

Mesmo que esse dinheiro tenha como destino a compra de bens, especialistas ouvidos pelo Estado de Minas recomendam prudência. O alerta é endereçado principalmente às pessoas que já se atolaram em dívidas, e que, na iminência de ter o nome protestado em listas de inadimplentes, devem usar os recursos para saldar dívidas vencidas, e, com isso, fugir das pesadas multas por atrasos e dos juros acumulados.

A lista de pessoas que receberão o pagamento adicional do benefício será liderada por aposentados e pensionistas que recebem até um salário mínimo. Em seguida, o INSS vai contemplar os beneficiários que ganham acima de R$ 678 por mês. Os depósitos de metade do 13º deverão ser creditados até a primeira quinzena de setembro. Já a segunda parcela, que corresponderá à diferença entre o valor total do abono anual descontado o valor da parcela antecipada em agosto, será paga juntamente com os benefícios de novembro.

Compras

O pagamento desses recursos deverá movimentar o comércio e ajudar a indústria a tirar o pé do atoleiro, já que boa parte do dinheiro usado para compras é transferida para as fábricas via encomendas do varejo. Uma outra parte deverá ser usada para o pagamento de dívidas.

Para o autor do livro Livre-se das Dívidas, o educador financeiro Reinaldo Domingos, só deve gastar com compras quem não está enrolado com parcelamentos. Ele explica que há basicamente dois tipos de pessoas com dívidas. Primeiro, os endividados controlados, que possuem débitos, mas que não estão em situação de desespero. “Esses não devem mexer em nada, esquece. Não têm que usar o dinheiro para pagar as dívidas, mas sim para constituir alguma poupança para emergências que a vida nos impõe”, disse.

O segundo caso diz respeito a pessoas que estão com endividamento descontrolado, “aqueles que não têm dinheiro para pagar as prestações e já está sendo protestados no cadastro de inadimplentes”, explicou. “A essas pessoas, recomendo que usem esse dinheiro para quitar totalmente ou parcialmente as dívidas já vencidas. As dívidas não vencidas, que estão sob controle, a pessoa não tem que mexer”, ponderou. Na opinião dele, melhor que gastar tudo de uma só vez é constituir uma reserva estratégica para que a pessoa aprenda a poupar. “O primeiro passo para sair de uma situação de desespero é retomar o controle da vida financeira. A pessoa precisa encontrar a causa do desequilíbrio e só então usar esses recursos do INSS para quitar uma dívida e deixar a condição de inadimplente”, ensinou.

Aos aposentados e pensionistas que não possuem dívidas, o educador também recomenda prudência. “A pessoa que está bem financeiramente tem que usar esse dinheiro para aplicar mais e guardar para os próximos sonhos e desejos que tiver”, contou.

 Fonte: A VOZ DA VITÓRIA