segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CRÉDITO FARTO AOS PEQUENOS


Um mês depois de o governo federal lançar o Crescer, expectativa é de desburocratização
Micro e pequenos empresários, empreendedores individuais e trabalhadores informais. Três categorias econômicas com suas particularidades e um ponto em comum, sempre discutido. Você nem precisa entender muito do assunto, mas deve imaginar que o microcrédito é peça-chave no desenvolvimento e crescimento da atividade empreendedora.

Ontem completou um mês que o governo federal lançou o Crescer - Programa Nacional de Microcrédito Orientado, cujo objetivo é aumentar o acesso da população às linhas de crédito. Com juros bem abaixo do mercado (8% ao ano, contra os 5% ao mês de antes), financiamentos de até R$ 15 mil por operação e extinção das garantias, o plano promete fortalecer o setor e estimular a competitividade. Mas não é só.

O efeito imediato, na avaliação de especialistas, está diretamente ligado aos bancos que oferecem o microcrédito orientado. Pior para os privados, que devem sofrer uma baixa considerável na cartela de clientes para as instituições públicas. Essa ao menos é a conclusão da Federação das Associações de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte em Pernambuco (Femicro-PE).

“Nos bancos públicos a burocracia é maior, mas as taxas de juros são menores. Nos privados, o processo é o inverso e, mesmo com taxas mais elevadas, a agilidade dita o ritmo das concessões de microcrédito. O tomador quer condições favoráveis e o novo programa do governo federal deve causar uma migração de usuários para os bancos públicos”, avalia José Tarcísio da Silva, presidente da Femicro-PE.

Dos quatro bancos públicos anunciados como parceiros do Crescer, dois devem brigar pelos “fugitivos” dos privados. Banco do Nordeste (BNB), cujo programa Crediamigo serviu de modelo para o novo plano, e Caixa Econômica Federal (CEF) largam na frente, até mesmo pelo histórico do tema no mercado. As outras duas instituições são o Banco do Brasil (BB) e o Banco da Amazônia.

A Caixa informou que inicialmente atuará nas capitais, regiões metropolitanas e demais cidades, expandindo gradualmente as operações para o resto do país. A meta do programa de microcrédito para capital de giro e investimento, aliás, é ousada: atingir resultados semelhantes aos alcançados com o programa habitacional Minha casa, minha vida. O BNB pretende fortalecer as linhas do Crediamigo, principalmente no setor informal, para ultrapassar a marca de 912 mil clientes e R$ 12,2 bilhões (dados de julho) em empréstimos concedidos. Já o BB não se pronunciou.

Fonte: Diário de Pernambuco

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